Desenvolver projetos para melhorar o ensino

por: Vanessa Behling - 

Folha do Mate
Data: 13/04/2016 | 07:40

Foto: Vanessa Behling / Folha do Mate

Professoras responsáveis pelos cursos com os educadores das 105 escolas estaduais, Mariluci Prestes Moraes Trinks - Assessora do Núcleo Pedagógico e Núria Meurer - Assessora do Núcleo de Tecnologia Educacional da 6ª CRE

Quem não se lembra de ter desenvolvido algum projeto na época em que estudava, como por exemplo, nas feiras de Ciências ou em mostras científicas e de inovação? Pois é, elas estão de volta. Os professores de 105 escolas, dos 18 municípios de abrangência da 6ª Coordenadoria Regional de Educação estão participando de um curso de formação de elaboração de projetos e educomunicação.

        O objetivo do curso é de que os professores levem essa metodologia de projetos e trabalhem as aulas e conteúdos, em suas respectivas escolas, de uma maneira inovadora para que o aluno tenha interesse de ir para a escola e também seja gratificante para os próprios educadores. Na segunda-feira, 11, foi a vez de 37 educadores de 10 escolas estaduais de Venâncio estarem reunidos na Escola Estadual de Ensino Médio Wolfram Metzler, no bairro Bela Vista, onde as professoras responsáveis pelo curso, a assessora pedagógica da 6ª CRE, Mariluci Prestes Moraes Trinks e a assessora do Núcleo de Tecnologia Educacional da 6ª CRE, Núria Meurer, passaram as primeiras recomendações. 

A Assessora Pedagógica e uma das professoras responsáveis pelo curso, Mariluci Prestes Moraes Trinks, explica que em função do baixo desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), o objetivo é encontrar uma maneira para que ele aumente. 'Isso será possível, melhorando a qualidade das aulas, utilizando o método de projetos. Esse método não é novo, é de 1940 e já foi utilizado nos anos 80 com as feiras de ciências, quando era desenvolvido só na área de Ciências. Hoje queremos envolver todas as áreas do conhecimento.' 

Mariluci conta que a metodologia de ensino dos professores, aulas muito teóricas, é a principal causa apontada pelos alunos que tornam as aulas chatas e cansativas. "Claro, inovar e desenvolver um projeto é muito trabalhoso, um projeto sério se faz a longo prazo, mas é preciso encontrar uma maneira de trazer o aluno para dentro da escola, para que tenha interesse e vontade de ir à aula."

Depois dos professores participarem do curso preparatório da 6ª CRE, realizado em três encontros, será a vez dos alunos realizarem as mostras em seus respectivos educandários, provavelmente em agosto, onde serão escolhidos alguns destaques. Estes trabalhos voltam a ser apresentados num seminário municipal,

em meados de setembro, onde participam os destaques das 27 escolas venâncio-airenses. Nesta etapa serão definidos os que irão participar da Mostra Regional, no dia 26 de outubro, no Parque da Oktoberfest, em Santa Cruz. 'O projeto visa que o aluno observe alguma situação, um problema na escola, na comunidade onde está inserido e tentar buscar uma solução para isso e se o professor conseguir aliar o interesse, o tema gerador aos conteúdos que precisam ser trabalhados em sala de aula, melhor ainda', enfatiza a professora Núria Meurer.

'As ações estão nas mãos dos professores, que precisam se sensibilizar que mudar a maneira de dar aula é importante, pois se ele não se convencer, como vai mobilizar os demais professores da escola e como motivará um aluno se ele próprio não está motivado'

Mariluci Prestes Moraes Trinks
Assessora Pedagógica da 6ª CRE

Buscar o conhecimento por conta própria

Foto: Vanessa Behling / Folha do Mate

'A medida que o aluno percebe que ele precisa buscar por conta própria o conhecimento, que não é ninguém que vai entregar para ele, a vida dele depois do ensino médio, a faculdade ou mesmo a vida, será mais fácil. Ele vai perceber que não pode depender dos outros, que é ele que precisa buscar sozinho o conhecimento'Deise Gabriela Hickmann               Professora de Ensino Médio e de seminário integrado

A professora de Língua Portuguesa do Ensino Médio e seminário integrado, Deise Gabriela Hickmann, junto com a professora Cláudia Lourenço da Luz, foi pioneira na Escola Wolfram Metzler, em desenvolver trabalhos de metodologia de projetos e o seminário integrado, quando iniciou o ensino médio politécnico. 'No início não tínhamos muito preparo para trabalhar com essas disciplinas, então os alunos ficavam meio apreensivos, não sabiam direito o que era um seminário, como desenvolver um projeto. Então fizemos uma introdução, de como trabalhar com pesquisas, buscamos passar a ideia de que fossem projetos vivenciais sendo algo que pudessem usar na vida deles.' Mas ela acrescenta que com o tempo, os alunos foram se abrindo para buscar conhecimento. 'Quando o aluno sente que tem autonomia para pesquisar por conta própria, algo do interesse dele, que pode ser ligado para sua profissão que ele pensa em seguir futuramente, ele começa a se integrar com aquilo. Hoje realizamos o projeto em etapas com o ensino médio, então eles esperam ansiosos para chegar a última etapa que é no terceiro ano quando é desenvolvida a parte mais prática.'

Professor, agende-se:
Na segunda-feira, 18, será vez do Cônego Albino Juchen (CAJ) e do Monte das Tabocas sediar o curso preparatório para professores. São reunidos, de cada escola, um educador de séries iniciais, um dos anos finais, um de seminário integrado, um por área do conhecimento do ensino médio, e o coordenador pedagógico da escola.

No CAJ, a partir das 8h30min, participam 47 representantes das escolas Cônego Albino Juchen, Arthur Emílio, Brígida, Helmuth Lehmen, Ondina dos Santos Martins, Pedro Benno Bohn, Zilda de Brito, Crescer e Frida Reckziegel.

No Monte das Tabocas, a partir das 13h30min, estarão reunidos 44 professores das escolas Poncho Verde (Mato Leitão), de Linha Sapé, João Pádua, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Professora Helena, Santa Isabel, Monte das Tabocas, Sebastião Jubal Junqueira e Cristiano Bencke.

Fonte: Folha do Mate